Lendas indígenas

Nas nações/tribos indígenas as lendas e histórias são de extrema importância, e as mesmas são passadas de geração em geração e são utilizadas para doutrinar os índios jovens e arredios. Há relatos de que muitas dessas lendas indígenas foram criadas a partir de fatos verídicos.

Muitas dessas lendas indígenas se referem há fauna e a flora da região indígena, pois segundo as crenças indígenas, tanto os animais como as plantas, igarapés, cachoeiras, lagos, rios e mar, possuem os seus protetores. Segundo as mesmas crenças esses protetores costumam exigir respeito. Outras crenças indígenas estão relacionadas a caciques e outros tipos de membros de tribos indígenas. Segue logo abaixo algumas lendas indígenas.

  • O Boto –

O Boto é considerado como um dos habitantes mais importantes do Rio Amazonas, sendo considerado ainda como um animal encantado. Diz a lenda que nas altas horas da noite, mas propriamente à meia noite, o boto se transforma em ser humano. Ao virar ser humano, o boto se veste com uma roupa branca e usa um chapéu para ocultar a abertura no alto da sua cabeça.

O Boto-homem aparece nas festas tão elegante que seduz e encanta as donzelas. Ele dança a noite inteira com a mais bonita e mais jovem, a convida para passear e antes de acabar a madrugada ele pula na água e volta a sua forma de peixe. Antes de voltar a sua forma de peixe o boto sempre deixa a moça gravida.

  • O Caipora –

Diz a lenda indígena que o caipora é um menino de estatura pequena, de pele escura, cabeludo, bastante rápido e muito feio, que vive fumando um cachimbo, e sua principal função é proteger a fauna da floresta, os igarapés, os rios e as cachoeiras. A lenda ainda relata que o caipora vive sondando as florestas e matas montado em um porco espinho, espantando os caçadores.

  • O Cairara –

Diz a lenda que na tribo dos Bororós havia um pajé que esbanjava sabedoria. Embora muito sábio o pajé vivia triste, por ser gordo e porque as pessoas o chamavam de cairara. Então certo dia, ele descobriu uma erva, essa erva normalmente era comida pelos macacos e a mesma os conservavam sempre esbeltos e ágeis. Sendo assim o Cairara resolveu preparar um chá com a tal erva, após preparar o chá feito da erva, o Cairara ingeriu a porção durante sete dias.

O Cairara ficou esbelto e com os cabelos alongados e finos, e as suas pernas encolheram. O Cairara vendo tantas mudanças se assustou e com percebeu até um rabo começou a aparecer em suas nádegas, logo assim o Cairara parou de tomar o chá, mas a transformação continuou, e então o Cairara se transformou em uma especie de macaco inteligente, esbelto e bastante engenhoso
que vive nas matas da Amazônia.

  • O Curupira –

Diz a lenda indígena que o Curupira é um ser com o tamanho semelhante ao de uma criança de seis a sete anos, ele anda nu pelas matas e florestas, tem o corpo peludo, as unhas afiadas e compridas, e o seu calcanhar é virado para frente e os seus pés para trás. O Curupira toma conta das matas, florestas e também dos animais.

  • O Guaraná

Diz a lenda que em uma aldeia indígena um casal da tribo teve um filho muito bonito, inteligente e bondoso. Ele era querido por toda a tribo, e por isso Jurupari, seu pai, começou a ter inveja e raiva dele, até que um dia Jurupari se transformou em uma cobra peçonhenta e ficou em cima de uma árvore frutífera.

Quando o seu filho foi pegar uma fruta da tal árvore, e a cobra se atirou sobre o menino e o mordeu, destilando o seu veneno no mesmo. Sendo assim a criança veio a falecer, a sua mãe e toda a tribo ficou aos prantos.

Enquanto todos choravam um raio caiu junto ao menino. Então a sua mãe disse: – É Tupã que se compadece diante de nós, lhe pesco que plante os olhos de meu filho, e dos olhos dele nascerá uma fruteira, e essa fruteira nós trará felicidade. Sendo assim os olhos do menino foi plantado e então nasceu o guaraná.