É chamado de Oriente Médio toda a região que se situa entre o Ocidente e o Oriente, destacando as áreas do Mar Mediterrâneo, os países do Mediterrâneo Oriental – como a Turquia e o Egito, Iraque (Mesopotâmia), o Irã (Pérsia), Jordânia, Afeganistão e a Península Arábica.
As principais razões que ocasionaram as inúmeras guerras nessa extensão foram a abertura do Canal de Suez (desde 1869), o interesse das grandes potências mundiais, as desigualdades sociais, a centralização da política, os conflitos das uniões étnicas, religião, contestação das fronteiras traçadas pelo colonialismo franco-britânico, posição geográfica, etc. Devido a esses e outros demais problemas, o Oriente Médio é considerado uma das áreas mais instáveis do mundo.
A lista de conflitos que aconteceram no Oriente Médio se faz como uma das maiores do mundo, isso porque até os dias de hoje conflitos vem acontecendo, mas existem alguns deles que ganharam destaque devido a repercussão das suas causas e dos danos que proporcionaram a toda sociedade.
Árabes x israelenses (1948-1949)
Caracterizado como um dos conflitos mais importantes do Oriente Médio, isso porque as guerras nessa região são consideradas intermináveis. As grandes causas da rivalidade existente entre ambos os povos são as disputas de terras, diferenças culturais, interesses econômicos e políticos existentes entre essas nações.
Observando o caráter religioso e a disputa de terras que ocorreu durante muitos anos nessa região, onde palestinos e judeus desejavam conquistar a própria pátria, pode-se ver um grande massacre dos povos, com relevância durante todo o período das Cruzadas.
A diminuição dos conflitos só começou a acontecer nesse local após o término da Segunda Guerra Mundial, onde a ONU partilhou a Palestina, dando cerca de 11.500 km² à palestina (área que se dividiu entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza) e 14.000 km² para os judeus, fazendo com que Israel conquistasse o seu espaço no cenário internacional.
Guerra de Suez (1956)
Mesmo após a independência do Egito, os ingleses ainda dominavam esse importante acesso até o ano de 1952, onde Gamal Abdel Nasser chegou ao poder político, revelando complexos interesses nacionalistas, sendo um deles a proibição da passagem de navios israelenses pelo canal, medida que causou grande impacto na França, na Inglaterra e também em Israel.
Esse processo gerou grande revolta nestas nações contra o Egito, onde batalhas eram perdidas a todo momento, deixando o povo egípcio completamente refém. Os Estados Unidos e a União Soviética entraram na batalha, fazendo com os três países desocupassem o território conquistado.
Assim, o Canal de Suez voltou a ser um domínio Egípcio, porém todas as navegações estavam liberadas por transitar pela região. No fim desse conflito, Nasser era considerado umas das poucas ameaças existentes no mundo para os judeus. Outro ponto a se destacar foi a cumplicidade de Israel com as potências imperialistas ocidentais, processo que ocasionou ainda mais o afastamento entre os judeus e os palestinos, dando oportunidades para o surgimento de novos conflitos.
Guerra dos Seis Dias (1967)
Nasser ainda acreditava na possibilidade de derrubar os judeus e com isso, findou um acordo com a Síria (RAU – Repúblicas Árabes Unidas), pressionando a ONU para a retirada de suas tropas do Canal de Suez e, rearmar o seu exército com equipamentos soviéticos, se preparando para atacar Israel com força total.
Assim o Egito tomou o domínio do canal novamente, mas o que não esperavam é que no dia 5 de Julho os israelenses fariam um ataque relâmpago as tropas egípcias, não proporcionando tempo de reação. Devido a esse conflito, a Síria atacou o norte de Israel e a Jordânia abriu fogo contra Jerusalém.
Depois de seis dias de luta e muitas mortes, o exército judeu controlou toda a situação, sendo superior ao restante das tropas árabes, que se sentiam humilhadas diante de tal situação. Todo esse processo fortaleceu ainda mais o Estado de Israel, agravando o conflito entre as nações dessa região.
Guerra do Líbano (1982)
O conflito civil no Líbano teve início no ano de 1958, onde os povos religiosos (drusos, xiitas, cristãos ortodoxos, cristãos maronitas e sunitas) existentes em sua extensão disputavam vorazmente pelo poder local, poder que era estratificado na região.
A chefia do país era ocupada pelos cristãos maronitas, tendo como seu primeiro ministro um sunita e em seus cargos inferiores drusos, ortodoxos e xiitas. Com os conflitos que aconteciam a todo tempo na Palestina, vários povos se refugiavam no Líbano, processo que ocasionou o descontrole local, pois ops muçulmanos passaram a ser maioria na área.
Nesse momento, a síria se rompia com a OLP, passando a intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. Com o apoio norte-americano durante esse período que o cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982. O quartel-general da Marinha americana foi atacado em Outubro de 1983, causando a morte de aproximadamente 241 fuzileiros.
Com isso, as tropas dos EUA e também de Israel, foram retiradas da região, diminuindo a força dos cristãos maronitas. Ao ver tal situação, os drusos se aproveitaram do momento e dominaram a região do Chuf, que se localizava a leste de Beirute, onde expulsou todos os povos maronitas, sem mencionar no sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses que ocasionaram vários atentados e assassinatos na região, sendo um deles contra os auxiliares do presidente Amin Gemayel, quer ainda assim conseguiu resistir e ficar no poder até o ano de 1988.
Desde essa polêmica, o Líbano vem sendo tutelado pela Síria e vem tentando se reerguer, tanto politico quanto econômico.
Irã x Iraque (1980-1988)
O início desse embate aconteceu no ano de 1980, quando o Irã foi invadido por tropas iraquianas e Khorramshar, onde fica a refinaria de Abadã foi completamente destruída. A principal causa constatada para esse conflito foi o repúdio pelo governo iraquiano ao Acordo de Argel (1975), processo que definia os limites entre os países da região em relação ao acesso do Iraque ao Golfo Pérsico.
O desejo do Iraque naquele instante era de ter a completa soberania em relação ao canal, onde temiam que o Irã e o Khomeini bloqueassem a passagem de navios e o transporte do petróleo iraquiano pelo local. O novo regime iraquiano começou a apoiar os curdos no norte do país, convocando os xiitas a rebelarem-se contra o governo sunita de Saddam.
Nesse momento, o Irã ocupou a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza e bloqueou o porto de Basra, locais onde se encontram as principais fontes petrolíferas do Iraque. A partir de então uma nova guerra se iniciou, onde durou cerca de 8 anos, não tendo nenhum avanço nas frentes de luta, tendo fim apenas após a morte do Aiatolá Khomeini e a mudança dos alvos na expansão de Saddam.
Guerra do Golfo (1990-1991)
No momento em que o Iraque e o Irã se encontravam em disputa para que houvesse um grande vencedor em relação ao conflito, os EUA se aproximou da Arábia Saudita e do Kwait, colocando em prática o seu poder que se findaria nesse processo. Com isso, Saddam ordenou que poderes de fogo fossem destinados às ambas regiões.
Em 1990, o Iraque invadiu e conquistou grande parte do território de Kwait e, nesse mesmo instante, se preparava para atacar a Arábia Saudita, mas não esperava que os EUA questionaria essa ação de Saddam na ONU que foi completamente contra, solicitando ainda a retirada das tropas iraquianas do Kwait.
Mesmo com a ordem da ONU, as tropas não foram retiradas, fazendo com que os EUA liderassem uma força para repreender o governo iraquiano. Durante todo o conflito, as mais novas tecnologias foram utilizadas em batalha pelos americanos, não dando chance alguma para as armas utilizadas por Saddam.
Com isso, Saddam foi obrigado a cessar fogo para que o Iraque não fosse massacrado. Estima-se que aproximadamente 100 mil dos seus soldados foram mortos, sendo a maior parte deles de Bagdá.
Ao final de todo o conflito, com a retirada das tropas iraquianas, o Kwait traçou uma linha de defesa ao redor das suas extremidades, fazendo com que Saddam e nenhum dos seus seguidores pudessem entrar em seu território.